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Casa do Angustiado

casa do angustiado rascunho

"A Casa do Angustiado permanece, apesar da ausência do sujeito. As paredes destacadas evidenciam a necessidade de seus encontros, mas a falta de alguns centímetros impede o êxito. Por essas frestas passam em assovios o vento, inquieto e fugaz, arfando velhos nomes. Colunas cilíndricas marcam as transições em diâmetros pouco menores do que o tronco de uma pessoa adulta, que talvez esteja espreitando.

 

Austera e ubíqua, a Casa do Angustiado suprime os fechamentos e seus diferentes elementos confundem o “hora-dentro-hora-fora”. Os pisos terminam e avançam quando já não existe cobertura. Seus longos corredores encharcam de terra e folhas, prolongando-se além ou aquém, e ecoam meros ruídos que não se decifram. O sofá, com uma velha marca no canto mais usado, fica encostada na única parede menos exposta, mas onde não é possível ver todo o ambiente. A piscina vazia, que ainda remete aos tons azuis, recolhe em si as folhas, reunidas no ralo úmido e mofado. A Casa do Angustiado, rememora a ausência e a incerteza. A possibilidade e o risco. O momento infinito entre a dúvida e a certeza."

Casa do Angustiado Interior

Esse projeto teórico emerge de indagações próprias sobre a moralidade que cobre e molda nosso entendimento dos sentimentos e humores. Mesmo a própria compreensão daquilo que é associado à vida e morte, certeza e incerteza, é acometida, naturalmente, de determinações que são cada vez mais arbitrárias ao tornarem-se distantes daquilo que é a própria afirmação da vida. A angústia, um movimento cíclico, de ressentimento, como nos lembra Graciliano Ramos, brota através das suspeitas de perseguição. No entanto, ela faz parte da vida também como fronteira daquilo que podemos romper para novamente encontrar caminhos para a vazão dos desejos.

Casa do Angustiado Horizontal
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