Museu da Criatividade
A criatividade é atribuída - com certa frequência e distinção - à genialidade artística atrelada a uma estética prazerosa. No entanto, esse patrimônio humano também deve ser compreendido em suas outras erupções, como resolução de problemas, inovações teóricas e novas práticas cotidianas, para assim fazer frente às complexidades que o mundo atual exige.
Para tal, o tradicional e o novo devem se chocar. O que se apresenta para nós com caráter familiar importa como modo de obter um vocabulário corrente, aprender os códigos em diversas linguagens e saber como as formas se estruturam, pois assim, a quebra e a desestruturação do familiar e do conhecido podem achar seus caminhos para o novo.
No espaço arquitetônico, as formas - o vocabulário - são facilmente utilizadas em sua acepção mais óbvia, pela facilidade de encontrar significados no familiar, no já reconhecido, e por outro lado, pela dificuldade em desestabilizar esse vocabulário milenar, que em muitos casos já não encontra mais um valor páreo à realidade.
O mesmo pode acontecer com conceitos um pouco mais abstratos, como a relação entre interior-exterior e permeabilidade visual.



1º Pav.
2º Pav.
Subsolo
Térreo
Reescrever em um papel sobre o que foi apagado mas deixous resquícios. O projeto utiliza-se de características do antigo prédio, como o limite do lote, sua altura e o interior sombreado e tenta subverter esses atributos ao utilizar o mesmo vocabulário, reescrevendo e mostrando uma postura de leitura e proposta de projeto.
O espaço de coworking foi deslocado para o mesmo prédio da biblioteca e laboratório de obras e quarentena, perdenda a ligação a partir do foyer, mas estabelecendo uma intenção e diálogo dos usos em um único ponto. O laboratório e a quarentena para restauro de obras foi colocado no último pavimento do prédio para ocupar um local simbólico de hierarquia. Dessa maneira, a criatividade é associada ao conhecimento, pesquisa e prática. Esse é o ponto para onde as duas alas se abrem e encaminham o olhar.
A relação entre o interior e o exterior do prédio é reescrita a partir da utilização de aberturar nas laterais e pelo estreitamento entre os dois blocos. Entre eles a compreensão do interior, ou então da praça coberta, é entremeada e dessa forma possibilita diversas maneiras de utilizar o espaço, seja para passagem, local para apresentações ou como abrigo da chuva.

Projeto realizado para o concurso do site projetar.org número 023 "Museu da Criatividade". Apresentação em prancha única, a proposta consistia na formulação de um espaço para museu, praça pública, espaço de coworking, bem como áreas de estudo e restauro de obras e biblioteca.
Monolito
Partindo do prédio que ocupa o local e da maneira que ele está inserido no terreno, com as fachadas longas e initerruptas, afirma-se claramente o que é interior e o que é exterior.
Fruição
Manteve-se a característica de bloco hermético do prédio e em seguida foi traçado caminhos que causassem aberturas e passagens largas, para assim tornar possível a fruição pública e criar diferentes percursos, pontos e perspectivas.
Vista
Com o intuito de canalizar a vista e condensar as aglomerações, estimulando apresentações espontâneas, as duas alas opostas foram rotacionadas em sentidos opostos, criando uma angulação.
Intenção
O espaço obtido pela rotação das alas foi utilizado para separar os programas e criar um contraponto, não apenas quanto ao uso, mas também à forma e a maneira de ingressar no prédio. Menos rígida e mais permeável.
Acessos
Por último, foram feitos os acessos que possibilitam a travessia entre as galerias, tornando a maneira de expor e consequentemente de explorar o espaço mais dinâmico e menos controlado.
