
desço pelo mar que é cinza
sou único a validar qualquer existência
do que quer que eu sou
eu me tinjo daquele cinza
insípido e líquido cinza que
verto aos montes
aos golpes
aos sonhos
em todas as horas
engolindo o mar de paredes de concreto
embarcado no errático
museu-habitação com piso de mar
eu me arrasto sobre essas águas.
uma luta oscila diante um sol morto
eclipse improvável pra mover sequer um pesar
o museu-habitação erigido
no centro do mar
também não se move
de um outro tempo o vejo
do mesmo ponto se
transformar em monte
enquanto aceno para mim mesmo
em outro tempo
chamo-me pelo nome “DEUS”
e ouço a resposta eterna
“sou único a validar qualquer existência”
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